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Entrevista com Nara Raggiotti – autora Coleção Caleidoscópio Geografia

SOBRE O QUE VAMOS CONVERSAR: Nara Raggiotti, autora da Coleção Caleidoscópio Geografia, lançada pelo selo IMAGINAR, da Carochinha Editora e aprovada no PNLD 2024, detalha sobre a produção da obra, a riqueza da diversidade brasileira, a valorização das escolas públicas e a importância do ensino da geografia atualmente.

Por Marcelo Jucá

A Coleção Caleidoscópio Geografia foi aprovada para o PNLD 2024. Quais os conteúdos que aparecem na obra e para qual estudante é este material?

A Coleção Caleidoscópio Geografia está alinhada à Base Nacional Comum Curricular. Assim, os conteúdos que aparecem na obra têm como referência as habilidades e as competências previstas neste documento.

Quem vai receber o material são alunos do Ensino Fundamental II da rede pública de ensino.

Qual a importância da Geografia nos tempos de hoje? A que tipo de informações os jovens estão em contato, e como isso se aplica no cotidiano e com a obra?

A Geografia tem um papel muito importante que é o de ajudar o estudante a conhecer o lugar onde ele vive e a compreender o espaço geográfico em que está inserido.

Hoje, mais do que nunca, fatos que ocorrem a milhares de quilômetros podem influenciar diretamente nossas vidas. E isso não apenas no âmbito político e econômico, mas também no cultural, como na música e no cinema.

Entender como tudo isso vem acontecendo é muito importante para que a criança e o jovem consigam refletir sobre a sua realidade, sobre outras realidades e sobre como elas se cruzam, bem como os efeitos disso nas mais diferentes instâncias.

A Coleção foi pensada para o professor e aluno da escola pública. Quais são os desafios para esse tipo de coleção que dialoga com pessoas de todo o Brasil?

Nesse caso precisamos ter em vista a questão da desigualdade e a da diversidade, ambas muito presentes em nosso país. Do ponto de vista econômico e social, o Brasil é um país bastante desigual, e isso tem que ser considerado em uma obra didática sob diversos aspectos. Um deles é que nem todos os estudantes – e professores – podem ter acesso aos mesmos recursos.

Então, precisamos apresentar sugestões e orientações que caibam às diferentes realidades. Quanto à diversidade, essa não é problema, mas, sim, uma grande riqueza do nosso país. Cabe, contudo, trabalhar essas questões de modo que todos se sintam representados e valorizados.

É muito importante que os estudantes reconheçam a diversidade e que entendam os processos históricos – e por vezes naturais – que as condicionaram, além, é claro, de oferecer os recursos para que eles realmente valorizem e respeitem toda essa diversidade presente em nosso país.

Pode comentar dos assuntos abordados, mas, principalmente, a escolha em como abordá-los?

A Base Nacional Comum Curricular é quem primeiro acaba direcionando o nosso trabalho de escrita. Temos nela habilidades específicas para se trabalhar em cada ano de ensino e competências básicas e específicas que precisamos contemplar ao longo dos quatro anos do Ensino Fundamental 2.

A ordem, a forma como abordamos e encaminhamos os conteúdos é mais livre, porém, claro, deve seguir de forma coerente e didática.

No caso específico da Caleidoscópio Geografia, um dos aspectos mais considerados foi de tentar tornar o livro didático mais atraente aos estudantes. Para isso, procurei adotar no texto uma linguagem mais clara, mais próxima do estudante, e trazer propostas que despertassem o seu interesse.

Por que esta obra tende a se destacar e chamar a atenção dos professores e coordenadores das escolas?

Em primeiro lugar, os professores e os coordenadores devem notar que os livros dos estudantes são um material bastante completo e atraente. Isso, claro, é fundamental, uma vez que traz um estímulo extra aos estudantes e, logo, é algo do interesse dos professores e dos coordenadores.

Do ponto de vista do professor, a coleção apresenta de forma muito clara e objetiva orientações, recursos e estratégias que podem ser usadas em sala de aula pelos professores. O material indica, por exemplo, diferentes momentos que podem ser usados para a avaliação dos estudantes, com as propostas já voltadas para isso.

Além de ajudar de fato o trabalho do professor, esse e outros recursos e estratégias apresentados permitem que as aulas se tornem mais dinâmicas e ampliam o protagonismo dos estudantes, favorecendo todo o processo de ensino e aprendizagem.

Quais foram os pontos que mais levantaram dúvidas e como resolveram para entregar uma obra interessante para as escolas?

A produção de uma obra didática requer muitas reflexões. No caso da Caleidoscópio Geografia, procuramos pensar sempre se os conteúdos e a forma como eles estavam sendo trabalhados estavam sendo apresentados de forma atraente aos estudantes. Isso envolveu também pensar em um projeto gráfico e editorial que abordasse didaticamente os conteúdos e, ao mesmo tempo, dialogasse com o dia a dia dos estudantes. É sempre desafiador, mas achamos que conseguimos um bom resultado e que os estudantes e os professores receberão uma obra bastante abrangente e atraente.

Pode falar mais um pouco sobre o material, o conteúdo, e o que os professores e alunos vão encontrar?

Podemos destacar alguns pontos, como o projeto gráfico, o uso de uma linguagem clara e objetiva e a presença de atividades, seções e propostas que dialogam com as culturas juvenis, com a Ciência e com temas da atualidade.

Outro aspecto muito importante na Caleidoscópio Geografia é o destaque dado às competências socioemocionais. Partimos do princípio de que o desenvolvimento da criança, do jovem, deve ser completo, incluindo o cognitivo e também o emocional. Saber reconhecer e lidar com as emoções também é um aprendizado e é importante abordar isso em sala de aula.

Na Educação Infantil, isso costuma acontecer mais cotidianamente quando, por exemplo, a criança chora e o professor tenta ajudar a entender o motivo do choro e a buscar caminhos para resolver sua angústia – se é a falta do brinquedo ou da mãe, por exemplo.

No ensino fundamental, especialmente no fundamental II, as emoções muitas vezes acabam sendo menos consideradas. O jovem, com inúmeras dúvidas e angústias, muitas vezes não tem espaço na escola – nem em casa – para falar sobre o que sente.

Por isso, na coleção, temos seções que buscam trabalhar as emoções e outras que ajudam os estudantes a refletir sobre suas atitudes em sala de aula.

É importante mencionar que hoje, diante do cenário difícil que as escolas brasileiras vêm enfrentando, com o aumento da violência, inclusive, trabalhar as emoções, as atitudes e os valores é fundamental para promover uma cultura da paz dentro da escola e também, claro, fora dela.

A tecnologia tem sido uma aliada na área da educação?

Sim, muito! A tecnologia tem ampliado as possibilidades de trabalho dentro da sala de aula, sendo um recurso valioso para o professor. É claro que isso também exige uma mudança na forma de pensar e de planejar as aulas – e, junto disso, os livros didáticos.

Hoje, você pode sugerir aos estudantes a produção de um cartaz com fotografias impressas, mas também pode ganhar o mesmo resultado – ou quem sabe melhor? – pedindo a eles que montem um carrossel de imagens em uma rede social. As pesquisas em sites, o uso de jogos e outros materiais interativos também são recursos que garantem boas aulas e são muito atraentes às crianças e aos jovens.

O material didático tem “prazo de validade”?

De certa forma, sim. E isso vale tanto para os conteúdos quanto para as práticas de sala de aula. No caso dos conteúdos, determinadas áreas do conhecimento tendem a mudar mais rapidamente que outras.

A Geografia, por exemplo, conta com dados e informações que mudam constantemente, como os totais de população dos países ou governos e os conflitos entre países. As práticas também vão mudando e isso se aplica a todas as áreas do conhecimento. Assim, algumas sugestões feitas há alguns anos já podem não caber para a nova realidade.

No caso do PNLD, a troca do material acaba ocorrendo a cada quatro anos – o que me parece um tempo razoável para que algumas mudanças se efetivem e possam ser contempladas nos livros.

Quem está por trás da obra é Nara. Quem é Nara? Pode comentar um pouco do seu percurso profissional e de como chegou até a produção de conteúdo de PNLD?

Eu sou licenciada e bacharela em Geografia pela Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, e atuei como professora da rede particular e concursada pela rede pública de ensino. Há cerca de 20 anos venho trabalhando com materiais didáticos, paradidáticos e também de literatura.

A escrita dessa coleção é, portanto, resultado de uma ampla bagagem que fui construindo ao longo do tempo, reunindo os conhecimentos da minha área de conhecimento, as minhas práticas e de outros colegas em sala de aula e inúmeras reflexões que fazemos – a partir da leitura e da prática – a respeito do processo de ensino e aprendizagem e da educação em seu sentido mais amplo.


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