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Entrevista com Edith Chacon, autora de “Você já viu um bichoassim?”

O Blog conversou com a autora Edith Chacon sobre o lançamento de Você já viu um bichoassim?

Edith revela que a ideia de fazer o livro surgiu depois de ler uma reportagem sobre um bicho “estranho” e que chamou sua atenção. Será que vai chamar a sua também?

Ficou curioso e quer saber mais? Confira o papo a seguir.

Por Marcelo Jucá

1. Conta pra gente, sobre o que é o livro? São charadas, enigmas? A história de um detetive na floresta ou um livro de ciências?

Esse livro é tudo isso junto e misturado. Tem texto informativo e literário. Informações reais mescladas com linguagem figurada, humor, referências outras. Pistas para o leitor decifrar como uma charada, um enigma, pois a resposta não é dada no poema. Uma espécie de provocação instigante que leve o leitor a ler, reler, conversar com a família, com os professores, com os amigos e buscar mais informações. Sentir-se uma espécie de leitor detetive.


2. No começo da obra tem uma citação de Charles Darwin. Pode contar quem foi ele e como ele te inspirou a fazer esse livro?

Charles Darwin foi um grande naturalista britânico, cientista, geógrafo, biólogo, pesquisador e autor do livro A origem das espécies. Esse maravilhoso cientista não me inspirou a escrever o livro, mas a cada pesquisa que eu fazia, eu pensava em sua teoria e o que ele poderia nos dizer se ainda estivesse vivo. Por isso, ao invés de dedicatória, optei por uma epígrafe. Como uma homenagem a esse grande pesquisador. 

3. Agora que descobrimos que Você já viu um bichoassim? é um livro de poesia, pode contar para os leitores por que escolheu esse gênero, ou se foi ela, a poesia, quem te escolheu pra esse livro?

O poema é um gênero que me acompanha desde sempre tanto leitora como escritora, assim como a poesia que sempre esteve presente em minha vida. Tive a sorte de ter um pai que apesar de nunca ter lido Borges ou Manoel de Barros, mostrou-me as miudezas e as belezas da natureza, da vida. Acho que esse encantamento me aproximou do poético sem que eu percebesse. 

4. São 12 animais peculiares e de diferentes locais do planeta. Por onde e como começou a lista?

Li uma matéria no jornal sobre o toupeira-bicho-estrela que despertou em mim estranhamento e curiosidade. 

Fui ler mais sobre ele e acabei encontrando uma diversidade imensa de animais esquisitos/ exóticos. 

Como professora de Português que fui por 44 anos, não tinha visto, nem lido um livro literário com essa temática e nem sobre esses animais. 

Como são desconhecidos, pensei em escrever em forma de poemas-enigmas, como uma charada para o leitor tentar decifrar e se interessar em buscar mais informações sobre eles. 

5. Como foi feita essa pesquisa? Internet, livros, conversas com especialistas ou gente apaixonada por animais? E como chegou nessa lista final?

Minha pesquisa foi basicamente pela internet, mas também consultei alguns livros em bibliotecas. 

Não foi fácil selecionar, porque a lista era e é imensa.

O meu critério acabou sendo bem subjetivo. Escolhi pela beleza, peculiaridade, esquisitice, habitat, localidade e curiosidade que ele despertava. 

Fui compondo os poemas e quando já tinha um número adequado para a publicação, enviei-os para a editora Carochinha, que também palpitou na seleção final. 

6. Você foi professora! Então dá uma dica para os educadores que acompanham o blog. Como eles podem utilizar o livro com os alunos?

Todo educador deve ser um pesquisador e um bom leitor para instigar, provocar e sensibilizar seus alunos para que também o sejam. Este livro pode ser adotado pelo professor de Português, de Artes, de Ciências, de Geografia e outros. 

Há nos poemas pistas de caráter informativo, mas também há metáforas, trabalho com a linguagem. Tenho certeza de que a editora Carochinha vai preparar excelentes sugestões em seu manual para o professor. Esse é um livro que tem várias camadas de leitura. Dá para planejar um projeto bem diversificado. 

7. As ilustrações são da Lais Dias. Como foi esse encontro? Em ver seus poemas ganhando outras cores e formas?

Quando a editora sugeriu a Lais, fui pesquisar suas obras e me encantei com o que vi. Havia imagens abstratas lindíssimas! Era essa Arte que eu buscava para esse livro com animais que são obras de arte da natureza. E Laís executou um trabalho maravilhoso, que merece ser exposto em grandes Galerias. 

8. Você já teve a oportunidade de ver ao vivo algum dos animais que aparecem no livro? 

Infelizmente não. Somente fotos. 

9. Para você, o que é poesia?

Poesia é voz, afeto e arte. Comparo-a com um caleidoscópio. Múltipla. Dependendo do ângulo pode se perceber o seu aspecto lúdico, o lírico, o jogo das palavras, a musicalidade, o ritmo e a sonoridade dos versos, a plasticidade, o aspecto visual e uma linguagem carregada de muitas possibilidades.

Concebo a Poesia como ARTE que provoca no leitor brilho nos olhos, sorriso nos lábios, movimento do corpo, leveza, emoção, inquietação, silêncio, enfim, devaneios que despertam o que há de mais bonito em nosso ser. Talvez sejam esses motivos que nos fazem conectar com ela. A Poesia pulsa VIDA. Causa estranheza e deslumbramento. Ela rompe com o inesperado. Remete-nos a BELO, ao estético, ao espanto, aos diferentes sentidos. Um aroma, um som, um toque, uma visão, um sabor podem nos levar a uma lembrança, a uma emoção, a uma sensação poética, à imaginação. 

Manoel de Barros diz que “A palavra só se desperta diante do ruído do silêncio. Eu a sinto na música The Sound Of Silence, no poema O fotógrafo de Manoel de Barros, nas fotografias de Sebastião Salgado, no livro Para ler em silêncio e Vermelho amargo do Bartolomeu Campos de Queirós, nas pinturas de Dalì, nas folhas de outono, no cheiro do mato após a chuva, nas gotas de orvalho, na lua, na dança, na insana rotina, no crepúsculo, no bailado das borboletas, na troca de olhares, nas despedidas quaisquer que sejam e tantas outras manifestações em que ao senhora Poesia se faz presente. Sim. 

Estamos rodeados por ela o tempo todo, por isso acredito que ela sempre será um elo de conexão com o mundo que nos cerca com suas dores, surpresas, alegrias… A Poesia, como bem disse Elias José, no seu poema Tem tudo a ver.  “[…] A poesia – é só abrir os olhos e ver – tem tudo a ver com tudo.”

10. Conte um segredo! Teve algum outro animal que você pensou em colocar, ficou com vontade e tirou? 

Sim! Vários. Quanto mais pesquisava, mais me encantava com a diversidade, a esquisitice e beleza desses animais que eu desconhecia. 

Por exemplo o porco-formigueiro. Até cheguei a escrever um poema para ele, mas na hora da seleção acabamos optando por outros. 

O mesmo ocorreu com o sapo roxo que parece um lutador de sumô. O dragão-marinho-folhado parece um cavalo marinho cheio de folhagens; o besouro-tartaruga douradoparece uma joia, um broche. O faisão satyr – muito colorido – Lindo! A aranha conhecida como ‘Encyosaccus‘ que parece ter um casco de tartaruga nas costas. O budião azul é um peixe que tem uma carinha muito simpática, este quase foi selecionado. O peixe-morcego vive no mar e parece que passou batom em sua boca. Muito engraçado. A formiga-panda é uma vespa com a pele que lembra o urso panda. A umbonia espinhosa – parente exótica da cigarra. E assim foi… Daria para escrever o volume 2.

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